O que acontecerá quando alunos e professores começarem a usar Google Glasses?

Por Newton Campos – Postagem original AQUI

Esta é uma pergunta que tem sido feita no ambiente acadêmico aqui na Europa (e em muitos outros também) desde que o aparelho se tornou realidade e começou a circular pelas mãos de usuários finais desde o começo deste ano.

Cadastrei-me para receber um, mas não tive sorte. Porém, dezenas de vídeos subidos por usuários ao Youtube já nos permitem ver (e imaginar) as possibilidades que aparecem com o uso desta tecnologia. O impacto social será enorme.

O aparelho permite não apenas gravar e publicar (ao vivo ou depois) qualquer cena que você veja durante o dia, mas também saber a localização exata da foto ou vídeo gravado bem como enviar e receber mensagens diversas, navegar com o GPS e obter diversos tipos de informação (clima, trânsito, lojas, etc) sobre a localização onde está.

Não se sabe como será a adoção do aparelho, mas já se prevê a proibição do uso dos óculos em diversos ambientes: banheiros, reuniões de trabalho, salas de aula e certamente em reuniões com políticos (mmm… poderíamos vislumbrar leis que obrigassem o uso de óculos como estes em reuniões com políticos?!?).

Enfim, voltemos a possíveis impactos na academia. Salto a educação infantil e adolescente (imagine possíveis efeitos sobre o bullying…) e vou direto ao ambiente universitário e de pesquisa.

Desde o ponto de vista dos alunos
Alguns de vocês se lembrarão da época em que gravávamos as aulas com fita-cassete para escutar depois. Alguns professores não gostavam, outros não se importavam. Algo similar porém mais complicado deve acontecer aqui. Aqui o aluno poderá não apenas gravar a aula mas também emitir a aula assistida ao vivo, como já o fazem com seus smart phones + Skype em alguns casos. E embora muitas escolas tentem evitar seu uso – como fizeram inicialmente com os smart phones e tablets, outras os liberarão com algumas reticências.

Em alguns casos, os alunos, em grupo ou não, poderão gravar partes dos processos de resolução de tarefas, demonstrando mais facilmente como o exercício foi solucionado.

Tal como o fazem hoje com seus cadernos ou tablets, os alunos poderão usar os óculos como fonte de notas anteriores, consultando a informação ao mesmo tempo em que interagem com colegas e professores.

Desde o ponto de vista dos professores
Para as ciências sociais e biológicas a ferramenta será incrivelmente útil e inovadora para uso em pesquisa. Permitirá entrevistar (e gravar) as pessoas estudadas sem gerar o incômodo gerado pelas câmeras tradicionais. Sociologia, Antropologia, Psicologia, Medicina… Pesquisadores de diversos campos poderão desenhar novas formas de realizar pesquisa baseando-se no uso dos óculos. Por exemplo, médicos poderão deixar os óculos com seus pacientes e pedir que gravem e enviem imagens de momentos específicos durante a evolução de suas doenças.

Com o apoio providencial da telinha dos óculos, os professores também poderão consultar suas notas ao mesmo tempo em que desenvolvem suas aulas. Neste uso, imagino que os óculos tenham grande potencial para a formação de novos professores.

Enfim, poderíamos ficar imaginando mais usos da ferramenta durante várias horas, mas apenas saberemos a real dimensão que esta nova forma de “vestir” informações terá para a construção e troca de conhecimento em alguns anos.

Mas vá pensando nas possíveis consequências, porque em algum momento nossas aulas terão que mudar mais ainda…

julho 16, 2013 at 8:51 am Deixe um comentário

Jornal do Commercio – Matéria sobre abordagens humorísticas e tecnológicas para aprender (e ensinar) História

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Imagem: Jornal do Commercio

O Jornal do Commercio, de Pernambuco, publicou em sua edição de 5 de maio uma matéria sobre abordagens humoradas utilizadas para que as pessoas aprendam História. Essas abordagens estão utilizando as redes sociais e estão conseguindo atingir muitas pessoas, que demonstram interesse pela ideia. Em dezembro eu postei uma versão do desenrolar da II Guerra Mundial através de posts do Facebook, mas usando humor e abordagens politicamente incorretas, mas em maio a postagem tornou-se um viral nas redes sociais, atingindo um alcance espantoso, com milhares de compartilhamentos no FB, no Twitter, e incontáveis reproduções em blogs, comunidades e grupos virtuais. A coisa toda fugiu de meu controle e o jornal me procurou para conversamos sobre isso.

O  jornalista Renato Mota produziu então para o JC uma esclarecedora matéria sobe este tipo de abordagem didática. O texto do jornal segue abaixo e a versão online está neste link.

Para curtir e compartilhar

Professor pernambucano faz sucesso na web com “post” do Facebook simulando a história da Segunda Guerra Mundial

Era janeiro de 1942. A guerra na Europa se tornava mais intensa a cada dia. A única forma de impedir o avanço das forças da Alemanha nazista seria uma união entre as outras grande potências. Assim, o Reino Unido criou no Facebook o grupo “Aliados”, e adicionou os Estados Unidos e a União Soviética. China, Austrália, Canadá, África do Sul e outros 21 países curtiram. O primeiro-ministro britânico, Winston Churchill usou sua conta para comentar: “se Hitler invadisse o inferno, eu pelo menos faria uma referência favorável ao diabo. É, dito isso, tamo junto Stalin!”

A Segunda Guerra Mundial não se desenrolou nas redes sociais. A internet só viria a ser criadas nos anos 1960, e Mark Zuckerberg, criador do Facebook, nasceu 39 anos depois do fim do conflito. Mas unir história e os meios modernos de comunicação foi a maneira que o professor e historiador pernambucano Paulo Alexandre Filho encontrou para engajar seus alunos nos meandros dos acontecimentos, através de uma linguagem que é familiar aos jovens. “Gosto de trabalhar o passado utilizando aspectos modernos. Isso aproxima o estudante da matéria, tornando-a divertida ao mesmo tempo que informativa”, explica o professor da rede estadual de Pernambuco.

O post “A Segunda Guerra Mundial no Facebook” foi feito no blog de Paulo em dezembro. Entretanto, nas últimas semanas foi compartilhado mais de 10 mil vezes. “Não sei porque o texto ganhou tanta fama de uma hora para outra, mas de toda forma foi muito positivo. Até recebi contatos de editoras para transformar o conteúdo em outros materiais e ampliá-lo”, conta Paulo. A inspiração veio de outros posts semelhantes – que brincavam com eventos históricos. “Achava muito divertido, mas sentia falta de algo feito pro aqui. Usei como base um projeto semelhante da Segunda Guerra, traduzi e acrescentei mais algumas coisas para ficar com a cara de como o internauta brasileiro de comunica. Foi o trabalho de uma tarde, direcionado só para meus alunos mesmo, mas que acabou ganhando a internet”, lembra Paulo.

A criação do professor de história começa em 1939, com um post da Alemanha “convocando” seus aliados: “Sarre, Renânia, Áustria e Tchecoslováquia, tamo junto na parada. É nóis!!! III Reich comanda!!! Hehehehehe”. Paulo conta que a partir daí foi seguindo o cronograma das suas próprias aulas. Além dos perfis dos países, participam também da linha do tempo do Facebook da Segunda Guerra personagens como os já citados Churchill e Stalin (com o singelo apelido de Stalin666), Adolf Hitler e Charles de Gaulle, além de personalidades mais obscuras, como Reinhard Heydrich, um dos líderes da SS e o marechal Philippe Pétain, que governou a França ocupada. “Estou pesquisando agora para criar uma versão com a história do Brasil. O único problema é que este é um tipo de projeto que acaba tomando muito do nosso tempo pessoal, já que é feito à parte do nosso trabalho nas escolas”, lamenta Paulo.

A guerra, apesar de trágica, ganhou outras paródias que também fizeram sucesso na rede. O ilustrador canadense Angus Macleod transformou em quadrinhos divertidos as duas grandes guerras do século 20. A brincadeira começou com a ilustração sobre a Primeira Guerra (1914-1918), com cada país sendo representado com uma personalidade própria, interagindo uns com os outros. As nações são desenhadas de acordo com seus mapas da época e com características que definem cada cultura, como um bigodinho do mapa da França e o característico capacete prussiano dos alemães. O post conta de forma divertida e didática todo desenrolar do conflito e o papel de cada país e as consequências. A versão cartoonizada da Segunda Guerra funciona como uma sequência direta, no mesmo estilo. As versões traduzidas para português das duas HQs podem ser conferidas aqui e aqui.

FUTURO

Para o professor, se as redes sociais hoje são um instrumento de diversão e aprendizado de história, no futuro poderão servir como fonte da própria pesquisa. “É como se hoje, em cada conta nas redes sociais, tivéssemos um ‘Diário de Anne Frank’. Acontecimentos como a Primavera Árabe e os atentados em Boston, por exemplo, tiveram seus primeiros registros feitos pelas próprias pessoas que estavam lá, antes da imprensa”, completa.

Status: história divertida

Embora seja a mais popular – e de maior alcance – o Facebook não é a única ferramenta de quem quer recontar a história mundial de forma mais despojada, e mais próxima do público, na rede. Muitas coisas divertidas estão sendo feitas através do Twitter e do Facebook para quem quer aprender mais sobre história – e assim entender melhor o nosso mundo atual.

Um dos mais criativos é o site Historical Tweets, que reúne tuitadas fictícias de personagens famosos da história e também da cultura pop recente. O melhor não é só o fato de atribuir frases em 140 caracteres às grandes personalidades, mas também o conteúdo irônico e sarcástico de alguns dos tweets. A ideia é traduzir alguns dos principais feitos históricos, bem como o caráter dos protagonistas, para a linguagem atual.

O site está todo em inglês e algumas das piadas exigem conhecimento do contexto da época. Como, por exemplo, o tweet fictício de Charles Chaplin: “Realmente adorei meu novo visual. Nada fará com que bigodinhos de escova saiam de moda”, ou a mensagem de Júlio César, “um monte de senadores traíras estão parados nas escadas. Isso sempre me deixa nervoso”, complementado por um “até tu, @brutus?”. Se fazem presentes também figuras modernas da politica internacional, como o premiê britânico David Cameron (“Nesse tempo de crise econômica sem precedentes, coloco minha fé nos franceses e alemães… Esse plano nunca falha”) e até a famosa cadela dos seriados de TV, Lassie (“Criança idiota caiu no poço da mina novamente. Essa é a terceira vez em numa semana”).

Ainda no Twitter – mas dessa vez com uma conta de verdade – o perfil @RealTimeWWII vem tuitando, em tempo real, todos os acontecimentos da Segunda Guerra. É um trabalho e tanto do estudante de história de Oxford, Alwyn Collinson, de 24 anos, já que todos os posts contam exatamente o que aconteceu há 72 anos. Ou seja, se você entrar no dia da publicação dessa matéria (5/5) a conta estará relatando o que aconteceu em OS de maio de 1942, pelo progresso atual.

O projeto ganhou tanta popularidade e aceitação que já está sendo traduzido para 11 línguas; espanhol, russo, francês, árabe, mandarim, italiano, turco, coreano, hebraico, romeno e português (no twitter.com/2aGM_TempoReal).

maio 5, 2013 at 9:24 am Deixe um comentário

Alfabetização em mídia é tão importante como ler e escrever, defende especialista

Capacitar crianças e adolescentes a lidar adequadamente com as ferramentas digitais e incentivar a reflexão sobre as produções das mídias é fundamental para a garantia dos direitos da infância e juventude na avaliação de especialistas que participaram do Seminário Internacional Infância e Comunicação – Direitos, Democracia e Desenvolvimento.

O debate terminou ontem (8) e reuniu, por três dias em Brasília, pesquisadores e representantes de organizações ligadas ao tema. Ao participar de uma das mesas de discussão, o consultor independente de mídia australiano Mike McCluskey, disse que a alfabetização em mídia é tão “importante como ler e escrever”.

“É entender como o mundo moderno interage e usar o que já existe de maneira eficaz para consumir, publicar, participar de uma paisagem de mídia digital”, enfatizou. O especialista acrescentou, no entanto, que os pais devem ficar atentos aos riscos a que as crianças estão expostas no ambiente cibernético.

Segundo ele, o público infantil precisar ser capacitado lidar com a falta de segurança na internet. “Na Austrália temos uma campanha que alerta as crianças do perigo de se meterem com estranhos. O mesmo se aplica ao mundo cibernético. Quantos pais deixariam seus filhos andando soltos, sozinhos em um shopping ou supermercado? Também não se pode deixar as crianças sozinhas na rede”, argumentou.

Já a presidenta do Conselho Consultivo de Rádio e Televisão do Peru, Rosa María Alfaro, que também participou dos debates do seminário, ressaltou que uma pesquisa feita em seu país revelou que apenas 1,8% da oferta de programas de TV é dedicada a essa parcela do público. Mesmo assim, crianças e adolescentes assistem à TV, em média, três horas e meia por dia e 83% deles reclamam da exibição de imagens violentas.

“Verificamos que eles estão abandonados pelos meios e esse é um problema latino-americano. Não há programas de televisão dedicados a eles, sendo que a maioria tem conteúdo violento ou elementos sexuais. A sociedade está deixando a infância marginalizada em assuntos midiáticos”, lamentou. “Isso acontece porque os enxergamos somente como vítimas e não como protagonistas da mudança”, acrescentou.

Durante o encontro, a diretora do Conselho Nacional de Televisão do Chile, María Dolores Souza, cobrou maior pluralidade e diversidade nas produções midiáticas. Segundo ela, levantamento feito em seu país mostrou que 64% do público infantil dizem que as crianças e os adolescentes retratados na TV têm uma vida diferente da deles.

María Dolores também citou que há muitas críticas principalmente em relação à imagem de mulheres, que são retratadas como se “só quisessem fama, divertir-se de maneira sexy e com uma preocupação excessiva com o aspecto físico” e dos adolescentes, que costumam aparecer como “narcisistas e rebeldes”.

“Em geral, o tratamento dado a determinados grupos sociais – como mulheres, indígenas e as próprias crianças – é cheio de estereótipos, o que faz com que eles não se vejam representados na mídia”, ressaltou.

Fonte: Agência Brasil

Publicado em: http://goo.gl/yKOKU

março 9, 2013 at 8:05 pm Deixe um comentário

Marc Prensky: “Toda educação deve empregar tecnologia”

Toda educação deve empregar tecnologia, disse o escritor Marc Prensky, criador dos termos "nativos digitais" e "imigrantes digitais".

Toda educação deve empregar tecnologia, disse o escritor Marc Prensky, criador dos termos “nativos digitais” e “imigrantes digitais”.

Por Rafael Capanema – Folha de São Paulo

“A educação tem que combinar da melhor forma possível aquilo que o cérebro humano faz bem com as coisas que a tecnologia faz melhor”, afirmou Prensky, para quem a tecnologia é um fundamento tão importante para a educação quanto a leitura, por exemplo.

Reprodução

Marc Prensky, escritor e criador dos termos “nativos digitais” e “imigrantes digitais”
O escritor afirmou que os educadores têm de se perguntar quais habilidades querem que os estudantes dominem, e se estão usando as ferramentas apropriadas para isso.

“Os verbos sempre são os mesmos, mas os substantivos mudam rapidamente”, disse ele, que citou como exemplos os verbos “apresentar-se”, “comunicar-se” e “aprender”, associando-os, respectivamente, a “PowerPoint”, “e-mail” e “Wikipedia” e, mais tarde, a “HTML5”, “Twitter” e “YouTube”.

“As pessoas odeiam mudança, então parei de dizer a elas que devem mudar. Agora, lembro a todos que temos de nos adaptar ao novo contexto do século 21.”

Segundo Prensky, as pessoas mais velhas –os “imigrantes digitais”– vivem em dois contextos, antes e depois da disseminação da tecnologia, e que, por isso, têm mais dificuldades de se adaptar do que os mais jovens –os “nativos digitais”–, que sempre viveram no contexto tecnológico.

Para o escritor, usar a tecnologia para fazer coisas velhas –escrever no computador em vez de no papel, por exemplo– é importante, mas usos como esse são apenas triviais. “Websites, por exemplo, são triviais. São, essencialmente, livros com recursos”, afirmou ele.

“Usos poderosos” de tecnologia, segundo Prensky, permitem fazer coisas que não eram possíveis antes. Como exemplos, ele citou comunicação por Twitter e Skype, impressão 3D, sistemas de inteligência computacional como o WolframAlpha, mundos virtuais, jogos complexos e robótica.

“Embora nós amemos a tecnologia, há várias coisas importantes na educação que ela não pode fazer”, disse o escritor, citando três características humanas que considera essenciais para os educadores: empatia, escolha e paixão.

O autor de “Brain Grain: Technology and the Quest for Digital Wisdom” (2012; ganho cerebral: tecnologia e a busca pela sabedoria digital, em tradução livre) sugeriu a empreendedores que criem ferramentas para ensinar as “habilidades do futuro”, como programação.

janeiro 30, 2013 at 9:30 am Deixe um comentário

Khan Academy e o conceito de videoaulas

Por Luana Costa / Blog Educação 

Salman Khan é um engenheiro norte-americano que trabalhava como analista de fundos de ações na Califórnia e, como tinha facilidade em cálculos, ajudava seus primos mais novos com suas tarefas de Matemática. Foi então que começou a utilizar, em 2004, a ferramenta de desenhos do Yahoo! Messenger para explicar o conteúdo das aulas. “Comecei a gravar meus desenhos e publicar os vídeos no YouTube apenas para ajudar meus primos, para servir como revisão da matéria. Eles poderiam acessar e, ali mesmo, estudar”, explicou em palestra promovida pela Fundação Lemann, no último dia 17 de janeiro, no Brasil.

A ideia ganhou corpo e, para sua surpresa, os vídeos passaram a ser acessados e divulgados entre outros alunos do ensino médio. “Quando coloquei as primeiras aulas no YouTube, percebi dois fenômenos interessantes. O primeiro foi com meus primos, que me disseram que preferiam ver os vídeos na internet ao invés de ter aulas comigo ao vivo. Eles disseram que a versão virtual da explicação lhes permitia voltar na matéria quando quisessem, sem pressão, sem sentirem que estão me atrapalhando ou me fazendo perder tempo. O segundo fenômeno foi a popularidade que estes vídeos tiveram. Muitos adolescentes me deixaram perguntas e comentários positivos, dizendo que, pela primeira vez, gostaram de estudar Matemática.”

Estimulado pela repercussão de sua ideia, Khan abandonou seu emprego, em 2009, para dedicar-se integralmente à produção de vídeos educativos, todos publicados no YouTube e livremente acessados por qualquer interessado. Foi assim que surgiu a Khan Academy, cuja missão está estampada em sua página principal na web: ajudá-lo na aprendizagem do que você quiser, quando você quiser, em seu próprio ritmo. “Fui percebendo que o que eu estava fazendo não só podia ajudar meus primos. Eu estava criando um método de documentar conteúdos educativos e, com isso, deixar que aquilo não envelhecesse. Se Isaac Newton tivesse feito vídeos de cálculo e os colocado na internet, eu não teria que fazer isso agora”, disse Khan.

Em sete anos, suas aulas já foram assistidas mais de 230 milhões de vezes. A Khan Academy usa o mesmo formato para dar aulas de Matemática, Ciências, programação e humanidades. O criador não fornece nenhum diploma e não cobra presença dos alunos. “Hoje, dizer ‘faça isso, faça aquilo’ ao aluno é um péssimo método de ensino.”

Na escola

Khan Academy nunca teve a intenção de substituir a escola. “Achei que este novo método ia fazer bem aos alunos, ao modo como eles iam estudar nas suas casas, mas nunca imaginei que os vídeos pudessem ser usados em sala de aula. Foi então que comecei a receber cartas de professores me dizendo que estavam usando meus vídeos para dar como lição de casa”, explicou Khan.

Posteriormente, alguns professores começaram a fazer experimentos dentro da sala de aula e a utilizar os vídeos do engenheiro como base. “Nesse momento, surgiu mais um ponto interessante. Os alunos, agora, usam a tecnologia junto com seus professores e podem interagir com os outros alunos, discutir a matéria. Os professores estão humanizando o que é ensinado”, afirmou. “Esses educadores pegam uma situação fundamentalmente desumanizada e sem interação e a transformam num espaço de troca. Eles quebraram as regras da velha educação, em que 30 alunos tinham que ficar quietos em sala de aula, sem interagir. Hoje, a nova geração precisa disso, da interação que a internet lhes proporciona.”

No Brasil

Fundação Lemann é a responsável pela tradução para o português e disseminação de mais de 400 vídeos da Khan Academy. As aulas já contêm  mais de 1,9 milhão de visualizações e podem ser visualizadas na página principal da Fundação. Segundo o Ministério da Educação – MEC, o material traduzido deverá integrar o conteúdo dos 600 mil tablets a serem distribuídos aos professores do ensino médio neste ano.

janeiro 26, 2013 at 8:09 am Deixe um comentário

“A sala de aula é um lugar para discutir” – Entrevista: Salman Kahn – Revista Época (janeiro/2012)

O criador da Khan Academy, site que reúne mais de 3.800 aulas em vídeo, prega que os jovens estudem sozinhos na Internet para aproveitar melhor o tempo na escola – Entrevista por Amanda Polato

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O americano Salman Khan é autor de aulas em vídeo que já foram vistas mais de 200 milhões de vezes no YouTube. Matemático e engenheiro, com diplomas da Universidade Harvard e do Massachusetts Institute of Technology, nos Estados Unidos, ele propõe um modelo de ensino conhecido como flipped classroom (a sala de aula invertida), em que as crianças assistem a vídeos de curta duração em casa e, na escola, ficam livres para debater, tirar dúvidas e resolver problemas. Filho de uma indiana e um bengalês, Khan, de 36 anos, deixou um bom emprego no mercado financeiro para criar a Khan Academy, site que oferece conteúdo gratuito em diversas disciplinas, com foco em exatas. O educador chega nesta semana ao Brasil, onde sua estratégia tem sido experimentada em dez escolas públicas pela Fundação Lemann de educação e pelos institutos Natura e Península.

Por que o senhor decidiu dedicar sua vida a mudar a maneira como as pessoas aprendem e estudam?

Salrnan Khan – Não foi uma decisão. A educação sempre me intrigou, desde o ensino médio e a faculdade. Tive a oportunidade de fazer algo sobre isso quando uma prima, Nadia, de 12 anos, estava com problemas para aprender matemática. Ela morava em Nova Orleans. Eu, em Boston. Então comecei a ser seu tutor à distância. Funcionou para ela, e passei a trabalhar com seus irmãos mais novos. Comecei a fazer vídeos com exercícios e um amigo recomendou colocá-los no YouTube e compartilhar. Achei que era uma ideia ridícula, mas fiz assim mesmo.

O senhor pensou que esses vídeos poderiam interessar a outras pessoas?

Khan – Não, mas comecei a receber mensagens de pessoas que contavam como os vídeos as ajudaram. Tinha prazer em fazer aquilo, e os vídeos decolaram. Em 2009, estava com problemas para focar em meu trabalho (como analista de fundos de investimento). Percebi a oportunidade de criar algo e decidi que seria sem fins lucrativos. Naquele ano, pedi demissão na expectativa de alguém que pudesse apoiar a iniciativa, e acabou dando certo.

Suas experiências come estudante influenciaram seu desejo de criar a Khan Acaderny?

Khan – Sim, isso foi uma das principais razões. Costumava ver amigos, muito inteligentes, com problemas em matemática. Eles estavam aprendendo por meio da memorização de fórmulas, estudando para as provas e esquecendo tudo no dia seguinte. Também percebi no ensino médio que quando estudantes trabalham juntos, uns como tutores dos outros, são capazes de muito mais do que o sistema espera deles. Essas duas ideias estavam na minha cabeça.

Em sua opinião, é possível aprender sozinho?

Khan – As maneiras de aprender são complementares. Se estamos numa situação em que apenas eu falo e você apenas escuta, não acho que seja uma forma de interação física válida. Na minha cabeça, o tempo ideal na sala de aula é interagindo, discutindo, construindo coisas. Se estou aprendendo algo pela primeira vez, a última coisa que quero é outro ser humano ali esperando que eu entenda. É algo estressante. O que quero é passar algum tempo com aquilo, repetir, reler, pesquisar e depois começar a formular perguntas. Depois disso estou pronto para ficar frente a frente com outro ser humano de forma produtiva.

O senhor acredita que essa maneira autônoma de aprender é útil para qualquer tipo de pessoa?

Khan -Acredito que poderia ser útil para qualquer pessoa, mas não necessariamente é a melhor para todas. A escola tradicional tampouco é para todos. Inicialmente, fiz a Khan Academy para ser o que eu queria quando criança. Não esperava que fosse ficar tão popular. Há estudantes de diversas idades, com diferentes desempenhos, meninos e meninas. Há pais e até avós.

Quando uma escola decide usar seus vídeos, qual passa a ser o papel do professor?

Khan – O professor ganha mais valor. Nas salas de aula em que estamos trabalhando, os professores recebem muitas informações sobre o que os alunos fizeram em casa, o que eles entenderam ou não. E todo o tempo dos professores em classe é gasto no ensino. Podem dar atenção específica a alguns estudantes, colocar outros para atuar como tutores. Há mais atenção, interação entre os alunos e construção de relação positiva entre eles.

As dificuldades para aprender matemática são universais?

Khan – Com certeza. Falo com amigos de várias partes do mundo, e eles relatam a mesma coisa. Acredito que isso ocorra em razão da maneira como a matemática é ensinada. Atualmente, nas escolas, o professor dá algumas aulas sobre equações lineares e depois faz uma prova. Talvez eu tire um C, você um B. O professor dirá que seu B é uma boa nota, mas você não entendeu tudo. Há buracos em seu aprendizado.

É possível fazer com que 100% dos estudantes entendam tudo?

Khan -No modo tradicional, é impossível. Com 30 estudantes em classe, como fazer isso? No mundo em que estamos entrando, as pessoas podem adquirir a informação em seu próprio ritmo e gosto. Se a classe é interativa, o professor pode coordenar a sala de forma que os estudantes trabalhem com problemas. Alguns podem avançar rapidamente, outros podem ficar lá atrás. Isso não é uma coisa ruim. Significa que eles estão construindo uma base sólida.

Não seria melhor para os jovens se eles saíssem da frente da Internet e fossem fazer esportes ou estudar na companhia dos colegas?

Khan- Sim, esse é nosso objetivo. Imagino os alunos usando nosso material on-line por uma hora, uma hora e meia por dia. O resto do dia seria altamente interativo. As crianças poderiam correr por aí, jogar, conversar, criar coisas novas. Acredito que essas ferramentas on-line não fazem com que as crianças fiquem sentadas em frente aos computadores o dia todo, mas as tornam mais interativas e eficientes.

Qual foi o papel de Bill Gates na divulgação de suas ideias e de seu projeto?

Khan -Antes de Bill Gates aparecer, a Khan Academy estava crescendo. Quando ele começou a dizer publicamente “Eu uso a Khan Academy com meus filhos”, nos levou para outro nível. As pessoas diziam: “Cates é esperto, pode pagar os melhores tutores do mundo para seus filhos, mas está usando essa coisa grátis na internet”. Foi um importante depoimento. Ele tem nos apoiado financeiramente, mas dizer que usa (os vídeos) com os filhos foi mais poderoso.

No Brasil, temos desafios relacionados à falta de computadores e de acesso à internet. Como seu projeto pretende contorná-los?

Khan – Esse problema não será resolvido do dia para a noite. Ainda é uma questão nos Estados Unidos e ainda é no Brasil O que me deixa otimista é que isso mudará radicalmente nos próximos anos. A venda de celulares, tablets e computadores está crescendo de forma mais rápida que a venda de geladeiras há 50 anos. Acredito que será possível para qualquer pessoa no Brasil, nos próximos cinco anos, ter acesso a esses equipamentos. Na índia, as pessoas estão usando aparelhos que custam menos de US$ 100. Em cinco anos, custarão US$ 20.

O senhor pensa em transformar a Khan Academy em negócio?

Khan – É uma organização sem fins lucrativos. Não sou dono dela, sou um empregado. Estamos comprometidos em oferecer os materiais gratuitamente. Imagino que no futuro talvez façamos algum tipo de credenciamento, não sei. De qualquer forma, tudo o que fazemos está relacionado com a missão de produzir conteúdo de graça.

O senhor realizou seu sonho com a Khan Academy?

Khan – Eu me considero a pessoa mais sortuda do planeta. Faço o que acho intelectualmente e emocionalmente satisfatório. A única preocupação que tenho agora é que a gente não cometa nenhum erro, porque temos a oportunidade de fazer a diferença.

 

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janeiro 17, 2013 at 8:07 am Deixe um comentário

Estudo analisa interação de crianças e jovens brasileiros com mídias digitais

Pesquisa ‘Gerações Interativas’ foi realizada pela Fundação Telefônica em parceria com Ibope e Escola do Futuro, da USP
Cristiane Nascimento, Especial para o Estadão.edu – Link Original

As crianças e jovens brasileiros estão cada vez mais conectadas às telas e tecnologias digitais: 75% dos adolescentes entre 10 e 18 anos afirmam navegar na internet, enquanto entre as crianças de 6 a 9 anos esse índice é de 47%. Os dados fazem parte da pesquisa Gerações Interativas Brasil – Crianças e Jovens Diante das Telas, que foi apresentada nesta quarta-feira, 28, pela Fundação Telefônica Vivo no Auditório do Masp, na região central de São Paulo.

Em parceria com o Fórum Gerações Interativas, o Ibope e a Escola do Futuro da USP, a fundação pesquisou o comportamento da geração de nativos digitais brasileiros diante de quatro telas: TV, celular, internet e videogames. A coleta de dados ocorreu entre 2010 e 2011 junto a 18 mil crianças e jovens, com idades entre 6 e 18 anos. O Ibope ajustou a amostragem, baseado no Censo Escolar de 2007, e o conjunto válido de respondentes foi de 1.948 crianças e 2.271 jovens, pertencentes a um universo que abrange alunos de escolas do ensino público e privado, nas zonas urbana e rural de todas as regiões do País.

Esta é a segunda etapa de uma pesquisa iniciada em 2005. Na ocasião, o Brasil foi analisado dentro do contexto da região ibero-americana.“Desta vez, decidimos fazer um retrato exclusivo do País, para obtermos um panorama abrangente e crítico a respeito do contexto e das perspectivas das telas digitais no Brasil”, explica Françoise Trapenard, presidente da Fundação Telefônica Vivo.

Principais resultados

Do total dos pesquisados, 51% das crianças, de 6 a 9 anos, e 60% dos jovens e adolescentes, de 10 a 18 anos, declararam possuir computadores em casa, enquanto 38,8% das crianças e 74,7% dos jovens disseram ter celulares próprios. Já quanto à posse de games, 78,7% das crianças e 62,4% dos adolescentes entrevistados responderam positivamente. A TV é a tela predominante, com índices de penetração nos lares entre 94,5%, no caso das crianças, a até 96,3% para os jovens.

No entanto, diferenças socioeconômicas entre as regiões impactam na posse e no acesso às telas. A análise detalhada pelas macrorregiões geográficas do País evidenciou diferenças marcantes para os indicadores da inclusão digital dos jovens brasileiros. Observou-se que, enquanto a presença de computadores domésticos atingiu 70,4% das crianças do Sudeste e 55,1% para as residentes no Sul, no Norte e Nordeste estes índices retrocedem para 23,6% e 21,2%, respectivamente.

Diferentemente do que se observa para a maioria dos adultos que com ela convivem, a geração interativa redefine o uso das telas pela sua integração, convergência e multifuncionalidade. Desta forma, a internet é usada para tarefas escolares, compartilhar músicas, vídeos, fotos, ver páginas na web, utilizar redes sociais, bater papo e usar e-mail.

Políticas públicas

De acordo com Lygia Pupatto, secretária de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações, atualmente 52% da população brasileira não têm acesso à internet. O cenário agrava-se ainda mais quando se observa a distribuição dessa acessibilidade. Enquanto 96% da classe A possuem acesso à internet, apenas 35% da C têm esse privilégio e 5% das D e E. Vale lembrar que as classes C, D e E, juntas, somam cerca de 80% da população. “A exclusão digital segue o mesma lógica da exclusão social”, diz Lygia. “Essa desigualdade, por sua vez, é muito mais maléfica, pois gera novos padrões de exclusão social, principalmente no que diz respeito ao acesso à informação e, consequentemente, ao exercício da cidadania”, afirma.

Segundo a secretária, o governo federal tem alguns projetos para garantir a acessibilidade uma maior porcentagem da população. Um deles trata da redução da carga tributária de smartphones, o que, por sua vez, interferiria diretamente no preço final do produto. Lygia também destacou a importância de uma articulação com os governos estaduais e municipais e também com a academia.

Convergência

O celular representa a tela de convergência por excelência. Pela ordem, a geração interativa utiliza o aparelho para: falar (90% dos jovens); mandar mensagens (40%); ouvir música ou rádio; jogar; como relógio/despertador; como calculadora; fazer fotos; gravar vídeos; ver fotos/vídeos; usar a agenda; baixar arquivos; assistir TV; bater papo; e navegar na internet. “O celular é a mídia convergente, a que pode ser tratada como ganhadora”, diz Françoise Trapenard, da Fundação Telefônica Vivo. “Entre as mídias interativas, é a mais simples, extremamente intuitiva e que pode ser levada para qualquer lugar, em qualquer momento.”

40% dos jovens afirmaram que nenhum professor usa a web em aula e apenas 11% aprenderam a navegar com um educador. Por outro lado, 64,2% dos respondentes disseram que aprenderam a usar a internet sozinhos. “Trata-se de uma geração nascida a partir do final da década de 1990, período em que no Brasil as TIC (Tecnologias da Informação e da Comunicação) já se encontravam profundamente instaladas e arraigadas na vida cotidiana das famílias e, em maior ou menor grau, também nas escolas”, observa Brasilina Passarelli, coordenadora científica da Escola do Futuro.

Segundo a professora, a interação que os nativos digitais têm com as novas mídias não deve ser encarada com estranhamento ou hesitação. “Esse jovens estão reconstruindo uma relação com o conhecimento”, diz. “O conceito de leitura que conhecemos, por exemplo, não existe mais, ao menos para as novas gerações, que foram criadas pelo hipertexto, onde a lineariedade não faz mais sentido algum.”

Na opinião dela, é um erro tentar formatar os jovens e crianças da geração Z ao mundo que estávamos acostumados até 10, 15 anos atrás. “Temos de ter coragem de ousar, caso contrário, seremos afogados pelo real”, diz Brasilina, referindo-se à adoção de TICs na educação.

A pesquisa estará disponível para download no site da Fundação Telefônica (www.fundacaotelefonica.org.br), inclusive com versão para tablets.

dezembro 3, 2012 at 11:52 am Deixe um comentário

Escolas de até R$ 500 são menos equipadas que as da rede pública

DANIELA ARAI
 COLABORAÇÃO PARA A FOLHA DE SÃO PAULO
 Link original aqui

https://i0.wp.com/f.i.uol.com.br/folha/cotidiano/images/1233622.jpeg

Escolas particulares na cidade de São Paulo com mensalidade mais em conta, que tiveram uma explosão de matrículas nos últimos anos, são em média menos equipadas que as da rede municipal e têm menos professores com ensino superior e licenciatura, mostram dados do Censo Escolar 2011.

A análise das informações, feita a pedido da Folha pelo pesquisador Thiago Alves, da Universidade Federal de Goiás, mostra que, no ensino fundamental, os colégios que cobram até R$ 500 contam com menos laboratórios de informática, bibliotecas e quadras de esporte que os municipais.

Nessas instituições particulares, 21% dos professores de 1º a 5º ano cursaram somente até o ensino médio. Nas municipais, são 4%.

Cerca de 90% dos docentes dos anos iniciais do fundamental na rede municipal têm curso superior com licenciatura ou equivalente. Na privada, a porcentagem é de 55%.

Um levantamento da Folha em 962 escolas da capital revela que as instituições que cobram mensalidades de até R$ 500 tiveram aumento de 147% no número de matrículas desde 2001 (nas demais particulares, a alta foi de 15%; nas municipais, houve queda de 14%).

A maioria dessas matrículas se concentra nos anos iniciais do fundamental, etapa em que 40% dos alunos pagam menos de R$500.

APROVEITAMENTO

Para Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, os dados revelam uma evolução nas condições da rede pública. “Esse quadro era muito diferente há dez anos.”

Ele adverte, porém, que é preciso verificar o uso dos recursos. “Bibliotecas são essenciais, mas precisam ser bem aproveitadas.”

Ocimar Alavarse, professor da USP, concorda: “O mínimo é que os alunos tenham espaço adequado. Mas não adianta ter infraestrutura se não há professores bem formados”.

Segundo os especialistas, o maior número de professores com licenciatura na rede municipal se deve às exigências do concurso, à estabilidade da carreira e à remuneração.

Priscila Cruz, da ONG Todos pela Educação, explica que “mesmo que recebam um pouco mais, os professores da rede privada não têm estabilidade, isonomia e um terço da carga horária destinado ao preparo de aulas”.

Essas foram algumas das vantagens que levaram os professores Helder Rodrigues Pedreira, 34, e Sara, 26, a abandonar uma escola privada que cobrava menos de R$ 500 para prestar concurso público.

“O salário é maior e eu tenho os cursos da prefeitura, que são bons”, diz Sara, que é formada pela USP e leciona inglês na rede municipal –ela pediu que seu sobrenome não fosse publicado.

Sara também acredita que a infraestrutura da escola pública é melhor. “O prédio é feito para ser uma escola. Na privada, era uma casa.”

Pedreira, que dá aula de filosofia na rede estadual, concorda que a possibilidade de formação é um dos atrativos. “Mais importante para um professor, além daquilo que ele ganha, é a possibilidade de consolidar uma carreira.”

dezembro 1, 2012 at 9:36 am Deixe um comentário

Horizon Report Brasil – Tendências e possibilidades para a TICs

novembro 29, 2012 at 3:52 pm Deixe um comentário

Dados sobre o ENEM 2011

novembro 22, 2012 at 9:11 pm Deixe um comentário

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